Simplesmente... rafeiro

J. Carlos



 

SIMPLESMENTE… RAFEIRO!


Olhei o rafeiro… naquele canto enrolado,
E ele para mim olhou… continuando deitado,
Talvez esperando pelo gesto que eu iria fazer…
Se seria com a ideia da sua cabeça afagar,
Ou se me preparava para daquele sítio o enxotar…
Mostrando medo, por não saber o que ia acontecer.


Aproximei-me devagar, e ele logo se alevantou,
Mas o seu rabito, entre as patas traseiras ficou,
Sinal de medo, e de que muita gente o maltratava…
Pois que nesta vida, a vida, já nada está valendo,
E se alguém tinha pena, é porque o via sofrendo,
E porque esse alguém, dos animais ainda gostava.


E eu falei-lhe, e sorri, estendendo a mão devagar,
Dando-lhe a entender de que ainda podia confiar,
Nalgumas pessoas, das que do amor fazem questão…
Porque, na dureza da vida, do amor pouco ficou,
E, como ele, que certamente pontapés já levou,
Muita sorte é cá precisa, até para na vida… se ser cão.

… e o rafeiro, de focinho radiante para mim olhou,
E de contente, correndo, logo para mim saltou,
Lambendo, humildemente, esta minha envelhecida mão.


(J. Carlos – Maio 2014)

  • Autor: J. Carlos (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de julio de 2017 a las 10:21
  • Categoría: Sin clasificar
  • Lecturas: 28
Llevate gratis una Antología Poética ↓

Recibe el ebook en segundos 50 poemas de 50 poetas distintos




Para poder comentar y calificar este poema, debes estar registrad@. Regístrate aquí o si ya estás registrad@, logueate aquí.