A ESTRANHA FORMA DE SER

carminha nieves

ESTRANHA FORMA DE SER

 

Muito já vi, chorei, dei gargalhadas, meditei, senti a doença no corpo,  saber o que é estar 9 horas na sala de operações, saber o que é o desprezo, estar prisioneira  e viver mentalmente violência e ao mesmo tempo amamentar um filho.

Passar noites acordada sem poder resolver e viver a própria vida.

Momentos felizes, alegrias inesquecíveis, amores que vivem para além da morte, mais, senti-me rainha, adorada e voei por entre nuvens de carinho. Muito já tive, cicatrizes muitas tenho, mas, sobrevivi.

Hoje, se algo tenho são sobras de mim. Uma incómoda desconfiança também. Vislumbres de vontade de crer, de pensar que ainda o que sobrou de mim, chega para sentir uma felicidade,

Leve, suave e de acordo com a idade. Não é pedir muito, mas pelo menos ajudava a que parte da revolta, solidão e magoada. Ficassem mais diluídas no meu pensamento.

Talvez por tanto ter dado, por tentar nunca magoar os outros, por ter sempre esta maciez de ser e nunca querer discussões pague agora a minha falta de maldade e avareza, ter o castigo que sempre existiu neste mundo tão falso e desprovido de bondade.

Seja qual a razão, não me arrependo de ser assim.

Porto,28 de agosto de 2019

Carminha Nieves

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  • Autor: secreet50 (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de agosto de 2019 a las 15:04
  • Categoría: Reflexión
  • Lecturas: 16
  • Usuario favorito de este poema: Poemas de Pepita Fernández.
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Comentarios2

  • Poemas de Pepita Fernández

    Me encantó. Abrazos mi querida amiga poetisa

    • carminha nieves

      Un abrazo e gracias por tu comentário

    • JAVIER SOLIS

      Pasar noches en el olvido
      sin poder vivir mi propia vida.
      estar prisionera y vivir en violencia
      es castigo de éste mundo tan falso y sin bondad

      Muy duras y tristes versos mi amiga pero reales talvez
      Con cariño
      JAVIER

      • carminha nieves

        Gracias, un abrazo con amistad



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