Marrakech

bjpafa

 

 

Esta imobilidade há-de matar-me.

 

Se fosse para morrer

escolheria um método eficaz.

 

Que quero então?

Negar o Outono?

Esperar passarem os filhos

que nunca acabam?

Definhar pálido orgulhoso e só?

 

Caminhar no threshold da morte

e esperar sabedoria ou hostil rua dos despojados.

 

Rua alcançarei nesta vereda por onde grasso,

mais lento que a relva da quadratura do jardim.

Distanciamento dos outros e daquele que sou

que se e enche de raiva e frustração

enquanto o inverno cai nas plumbeas tardes

e o frio se entranha no pensamento,

afasta-se de todos os principios

pratica niilismo de doente acamado

e sabe a certeza de nunca ser amado.

 

Excluam-se minhas filhas até terem alguma percepção

 

Envergonho-me de assim agir, ou não.

A rocha não sabe mover os seu mexilhões

e eu que já devo ter sido amado,

já devo ter tido sorte na vida

fui, a partir de dado ponto

infinitésimalmente definido,

empurrado aturdido,

manipulado sem um pingo de remorso

não merecido.

Escarnecido pelos homens

usando longas manus com dedos de criança

A sociedade nega-me o caminho e diz-me vai por ali!

E ambiguamente ouço

que sem sonho não há esperança.

 

Tudo agora é tortuoso

como lá pró bazar de Marrakech.

Insensato e retributivo, e pra mim sem sentido.

Destarte me recolho fetalmente nas sobras de mim.

 

Quando deste retiro sair

se isso se verificar, incerto embora,

não só vou apanhar ar no focinho,

no aguardo da hora na rua da passagem.

 

 

Importante ganhar distância dos exemplos

da melhor arquictectura sustentável

e construir uma choupana

aonde se cague lá fora,

por onde escorram as pingas de agua destilada

e se avistem as de água salgada

numa pasárgada sem família nem rei ,

aonde o amor seja simples e radioso acordar antes de nadar.

 

São ilusões deslocadas, motivo para internar

O Nirvana chega pela via da dor

dor que habita nas costas que me levantam,

nas pernas que me carregam

mais na mente que guia o dedo neste teclado táctil

que tanto me desagrada e não sei a razão

a não ser a raiva do mundo

que demorei uma década a perder

e está a voltar contudo para comigo morar.

 

Fodam-se meus senhores que a pica já entrou sem KY

e não quero nem saber, c'est un fait accompli.

 

Avante heróis do mar, amigos de enganar

seja feita a vossa vontade,

que eu sai pra comprar os cigarros

que já deixei de fumar.

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  • Autor: Mera Gente (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de enero de 2014 a las 10:01
  • Categoría: Familia
  • Lecturas: 156
  • Usuarios favoritos de este poema: El Hombre de la Rosa, Ayelén.
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Comentarios1

  • El Hombre de la Rosa

    Muy amena y grata ha estado la lectura de tus bellas letras de familia amigo Mera Gente
    Abrazos de amistad de Críspulo



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