A Dívida

bjpafa


Há dívidas devidas a outrem com olhos na cara.

Dívidas de uma colher de açúcar um dia pedida

Na orla da soleira da boa vontade vizinha.

Boa vontade que nos acresce o desejo

De lá voltar no dia de adoçar.



Dívidas para com a tolerância,

Enchem o travesseiro nas noites remexidas.

Dívidas abandonadas a pedirem para serem honradas!

E a estrada tem tantas partidas…



O tempo encolhe o que ficou por fazer,

Vento agreste que empurra o Ser!
Passo a mão suavemente no gesto da bailarina,

Que não se alcança e aceito lá não chegar.


Vejo os meus filhos numa ideação tão forte

Que os recortes de cada qual são arestas buriladas.

E não espero que aceitem nada do que lhes não dei.


Tantas psicologias e artes da culinária,

Autopsicografias com um gosto a hortelã…
Solidão que me dão além do pão atravessado na mesa que nunca se põe.
Sozinho com a dívida nunca saldada

De costas para o sol que se afunda no mar sereno dos outros.


Filhos com sabor a agressão falando de paz e participação,

Realidades de arestas cortantes em forma de areias e bolachinhas com cara de ursinho.

E o canto abafa-se, é difícil de engolir.


A minha pena é estar só, espero que não piore.
Ando lentamente e sinto-me empurrado,

Temo perguntar para onde esta história me conduz.


Ver métrica de este poema
  • Autor: Mera Gente (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 31 de octubre de 2013 a las 15:08
  • Categoría: Familia
  • Lecturas: 102
Llevate gratis una Antología Poética ↓

Recibe el ebook en segundos 50 poemas de 50 poetas distintos


Comentarios1

  • El Hombre de la Rosa

    Me lleno de poetico sabor la preciosa y bella lectura de tu genial poema amigo Mera Gente
    Saludos de afecto y amistad de Críspulo



Para poder comentar y calificar este poema, debes estar registrad@. Regístrate aquí o si ya estás registrad@, logueate aquí.