Fabio Amaro

Pétalas

Pétalas
À V.

Desfia a teia dos meus brios
e colhe os lírios
que te couberem nos braços.

O remanso é o reverso do rio
de caudalosas águas.

Rega as plantas do teu jardim,
mas não as afoga.

Roga aos céus pela chuva
que te refrescará o rosto.

Há um poço de eternidades
em cada sorriso que imprimes
ao tecido fino da existência.

Rumina a essência das coisas
que te caem aos pés.

Recolhe os murmúrios calados
de noite
e acolhe o amor refestelado de estrelas.

Há um universo ameno atrás das barreiras.

Prescindir é atravessar.

Fábio Amaro
Janeiro/MMXIX