carminha nieves

O DIA QUASE CHEGANDO AO FIM

 

                                O DIA, QUASE  CHEGANDO AO FIM.

 

Por cada momento amargo, mais vontade tenho de viver, por cada alegria por pequena que seja mais creio em Deus. Por tudo o que sou, por tudo o que tenho, sou uma imensidão de sentimentos, transparentes e doces, obrigada vida que me fizeste assim, é a maior escola e a melhor para aprender a ser simples e verdadeira, ter a transparência de um sorriso de criança. É ser a inocência consciente, que sou pecadora sem culpa.

Ninguém tinha o direito de matar ou tentar, a esperança que cada dia ao acordar tinha. Ninguém tinha ou tem o poder para reduzir o meu sorriso numa lagrima.

Quase o conseguiram, mas não. Das cinzas de fogueiras apagadas renasceu de novo a esperança, de ser o que sou. Sofrer sem razão não merece a pena. Mesmo que tenha que arrancar pedaços do coração para esquecer, assim farei.

O que perante Deus prometi algum dia, cumpri. A outros nada devo a não ser mostrar que de pé estou, de peito rasgado aso vento da maldade dos insultos e arrogância.

Por muito que usurpem o que é meu materialmente, nunca singrarão na vida, há sempre o momento da verdade e do castigo.

Não me abandones, nunca me deixes, és o ar que me deixa respirar e sentir a vida. Tens nome, ESPERANÇA, preciso de ti muito. Quando digo nos meus momentos vazios, em verdade estão repletos de pensamentos analisando o porquê de muita coisa.

Conclusões, muitas, mas confusas. Pois penso que são todos iguais a mim.

Antes fossem. Era bom. Por mim, sei que não devia perdoar que me tirem o que é meu monetariamente. Custa mais a desilusão de o saber.

Para mim vale mais um lenço bordado por alguma Tia, um postal amarelecido pelo tempo escrito por alguém que conheci e me deu carinho do que um valioso anel.

Deus pôs-me no mundo em tempo errado, sítio trocado, talvez numa montanha algures estaria melhor, no meio da natureza.

Estou cansada, desgostosa, reparo que a gente não sente, não pensa, só quer o mal dos outros e ter estatuto, mesmo fingido.

Triste tempo que vivemos estes, onde se calunia, se levantam suspeitas, se mentes desagravam ladrões, condena-se os justos, é mau.

Mas tenho que andar no meio de tudo, esconder a revolta e recolher-me em casa onde estou em paz. Não sem sentir tristeza. Bons tempos em que vivi, relembram-me que sou afortunada em poder recordá-los.

 

Momentos amargos, muitos, desilusões também. Mas infinitos momentos felizes que com esperança mais terei.

 

Porto,28 de Outubro de 2014

Carminha Nieves