JOAO FELINTO NETO

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

 

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

 

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

 

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.