Sersank

APOCALIPSE (O Poema Indesejável)

 

 

Imagem do Google, disponível em  http://www.geeknisses.com.br/wp-content/uploads/2011/09/nuclear12.jpg

“... E  vi  um  novo  céu  e  uma  nova terra. Porque  já o primeiro  céu  e a  primeira  terra  passaram,  e  o  mar  já  não  existia.” (Apocalipse, XXI : 1)



... Ainda há pouco ouviram  

(os que se debatiam, agonizantes em meio aos escombros),

grande explosão nas nuvens.


Depois, a sucessão interminável

de estrépitos menores no solo em estertores.

 

     Da mais temida tempestade

as derradeiras luzes

vergastam, vigorosamente,

a  crosta  planetária.


Exibem para os sóis na Imensidade

o horror do grande ocaso,

o imenso caos.


  Por fim, instaura-se, lenta,  

a mais negra e pesada das noites.


Frio terrível.

Estranhos odores

alastram-se aos uivos do vento da morte.


  Assim,

a interstícios,

domina

o silêncio. 


Absoluto.  


Não mais o pulsar do tempo.

Nem uma luz peregrina

no imenso e profundo abismo

que os mais aptos

filhos da vida 

chamavam de Terra...  

 

22 de abril de 2012 (DIA MUNDIAL DA TERRA)
(Da coletânea "Estado de Espírito")